quarta-feira, 6 de julho de 2011

Quadro da realidade dos Professores de RN (e no resto do Brasil)

A fala da professora Amanda é sobre a realidade escolar no RN, mas poderia ser muito bem sobre a realidade educacional brasileira.

http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA -- Cole o link na barra de endereço

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A revista Veja, sistema educacional brasileiro e a culpabilidade do professor

Como sempre a revista Veja e sua bancada golpista provando seu desconhecimento sobre o assunto.

Carta escrita por uma professora que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja

RESPOSTA À REVISTA VEJA


Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.

Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola. Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”.

Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.

Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.

E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade..

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.


Professora Angélica C. Adam

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Exercícios sobre "Exploração do subsolo"

1)Faça um texto apontando pelos três vantagens e duas desvantagens sobre a exploração do solo, para o país.

2)Qual é a relação do minério de ferro na produção do aço?

3)Sobre os minerais abaixo, descreva suas características, utilidades e os maiores produtores:
a.Manganês
b.Ouro
c.Prata
d.Diamante

4) Por que não é conveniente produzir alumínio em locais que não exista hidroelétricas?

5)Relacione reciclagem e meio ambiente com a exploração do subsolo.

6)O Jornalista e escritor Eduardo Galeano em sua obra intitulada “As veias abertas da América Latina” faz a seguinte consideração: “(…) houve duas especializações na História do Mundo, os que se especializaram em ganhar e os se especializaram em perder, não nos especializamos em ganhar(…)”. Relacione a frase com Brasil e o seu papel como exportador de minérios.

7)Faça um texto citando pelo menos quatro características do Brasil na questão da exploração de seus recursos minerais.

8)Sobre os recursos energéticos, descreva suas características, utilidades e os maiores produtores:
a.Carvão
b.Petróleo
c.Gás natural

9)Teça um breve histórico do Petróleo no Mundo.

10)Faça um texto citando pelo menos quatro características do Brasil na questão da exploração de seus recursos energéticos.

terça-feira, 10 de maio de 2011

A AMÉRICA E SEUS “ILUSTRES” PERSONAGENS

Professor – Levi | disciplina de História

Personagens

Deus
Anjos
Morte
Demônio
Jaime

Colombo Francisco Miranda
Francisco Pizzaro Simon Bolívar
Diego de el Magro San Mártir
Pedro Valdivia D. Pedro I
Fernando Cortez Marquesa de Santos
La Malinche Corsária
Bartolomeu de las Casas
Rainha Isabel de Castella

Diálogos

-entra Deus e seus Anjos-

Deus – Espero que com essa reunião, se chegue finalmente no porquê dessa situação, certo?
Anjos – certo, ou não?
-entra a Morte-
Morte – Pronto Deus!
Deus – Sempre pontual.
Morte – É claro, afinal sou A MORTE.
Bem, vai ser mais uma daquelas reuniões em que discutimos e discutimos; discursamos e discursamos e nenhuma solução, nossa, não agüenta mais isso.
Deus – Como sempre muito temperamental Morte.
Morte – Está bem, mas cadê o nosso amigo de lá de baixo.

-entra o Demônio-

Demônio – Bem desculpe pelo atraso, mas como vocês dois já sabem, o inferno como sempre está cheio de serviços, principalmente hoje.
Deus – É, e o que aconteceu de tão incrível assim
Demônio – Bem caro ser da Luz, como se diz lá na Terra, “Os pampa subiram o Morro mano!”
Deus – E?
Demônio – E...
Deus – É, o que tem isso haver com seu atraso?
Demônio – Simples o Inferno, está entupido de Corintiano e Flamenguista, e assim os afazeres burocráticos são imensos.
Deus – Burocracia no Inferno?
Demônio – É `mocinho do bem`, o Inferno não é Superintendência de Ensino, mas, também possui um infindável burocracia de eficácia questionável. Mas falando em destino pós-mortun, e como está lá em cima, no Paraíso.
Deus – Como sempre pingando almas, poucos merecem estar ao meu lado, e como está lá em baixo?
Demônio – Chovendo almas, é perigoso até enchente, como sempre cheio de políticos, juizes de futebol e alunos bagunceiros.
Morte – Vamos parar de jogar conversa fora, e vamos logo para o que interessa.
Deus – Sim você tem razão. Demônio, trouxe os anjos que reencarnam o passado que me pedistes.
E você trouxe o pessoal que pedi?
Demônio – Sim, é claro, (bate palmas) Jaime, os energúmenos, traga-os para cá, e traga a lista também.
Jaime – Sim chefe.
-entra Colombo-

Jaime – Colombo, condenado a ficar eternamente no fogo do inferno, quarto 51.
Colombo – Mas isso é injusto, Eu Colombo, aquele que se jogou em meio a mares bravos e descobri a América, eu que coloquei uma cruz de vosso senhor.
Demônio – Cale a boca, (tapa).
Deus – Por que fizeste isso?
Demônio – Senhor esse homem foi ao menos indiretamente, é o maior responsável, por uma das maiores atrocidades do Mundo?
Deus – Sim é mesmo, Colombo quando descobriste a América porque não respeitou a cultura daquele povo?
Colombo – Deus, amado Deus, tu compreendes melhor que todos, que eu Colombo sempre fui, devoto da fé Católica, e graças a minha descoberta, aquele povo conheceu seu nome.
Deus – Conheceu meu nome, Colombo, deixa de ser louco, porque tudo de ruim que acontece sempre tem que ser em meu nome, eu não vendi os direitos autorais desse nome para ninguém. Colombo o que você fez na América?
Colombo – Eu tentei ajudar os índios a... a... hmmm
Morte – A procurar ouro para a Coroa de Castella, pois sem isso sua descoberta de nada valeria.
Demônio – É mesmo foi muito bem recebido pelos índios, e depois correu as ilhas da América a procura de ouro, sua ganância o cegou, e pouco lhe importava os índios.
Morte – Além de morrer achando que descobriu um novo caminho para as Índias
Deus – é, que pena Colombo, mereces o inferno mesmo. Tchau.

-Colombo sai reclamando-

Deus – Próximo.
Jaime – Francisco Pizarro, condenado a ficar eternamente no inferno, quarto 48, Diego de El Magro idem, quarto 49, Pedro Valdivia também, quarto 47.
Francisco Pizzaro – Ah graças a Deus, finalmente reconheceram o erro, Deus agora posso ir para Paraíso?
Deus – O que? Reconhecer o erro? Filho eu não erro, errado foi o que você fez, ou melhor, o que vocês três fizeram, não foi?
Pedro Valdivia – Como assim eu só matei aqueles índios inúteis, por que estavam no lugar errado?
Demônio – Lugar errado, como assim Valdivia?
Pedro Valdivia – Simples, estava tentando organizar aquela terra cheia de Bárbaros quando de repente, aqueles nativos vieram me atacar então só me defendia Deus, Juro.
Morte – Aonde acontecera esse ataque grande conquistador Valdivia.
Pedro Valdivia – No território aonde hoje é o Chile.
Demônio – Nossa de certo errei, então, oh coitado desse homem que só quis se defender e organizar aquele local. Anjos por favor:
-entram em transe e de repente-

Anjos – taca taca tique tac linv lova mora mora.
Deus – opa, espere aí empresta o controle remoto.
-SAP-

Anjos – não, não os matem são meus filhos, parem não os queimem, ahhhhh, não, não!
Morte – hmm, então foi assim que você organizou o Chile?
Francisco Pizzaro – é mesmo, esse homem, grande seres, destruiu tudo o que via, e nunca adiantou dar conselhos a ele.
Demônio – (risada) conselhos, você Pizarro, ahhh, deixa de ser irônico.
Francisco Pizzaro – Eu irônico, Deus, não dê bola para ele, eu sempre fui.
Demônio – E por isso está no inferno, ohh! O quão injusto somos nós.
Deus – É mesmo, Pizarro conquistador do Peru, porque fizera tanta barbaridade.
Francisco Pizzaro – Deus eu com meu companheiro (abraça o Diego) fizemos isso em nome da Espanha, e em seu nome.

Deus – Meu nome (gesticula)
Diego de el Magro – é sim, seu nome senhor, embrenhamos na mata, sofremos com as piores condições.
Demônio – E cometeram as mais cruéis atrocidades.
Francisco Pizzaro – Mas foi em nome da Espanha e da fé cristã.
Morte – Sim foi mesmo, (risadas) o que os levou a fazer isso foi a ganância e nada mais.
Deus – Sim saiam todos daqui.

-os três saem de cabeça baixa-

Jaime – Agora, Fernando Cortez condenado vocês já sabem, e La Malinche amante dele também do mesmo modo.

-entram Fernando Cortez e la Malinche –

Fernando Cortez – Senhores por que me chamaram
Demônio – Cortez, você é um homem de sorte, pena que não aproveita ela, quando chegastes ao México fora confundido com Deus, e isso pelo menos facilitou sua (empurro ele) funesta conquista.
Morte – é mesmo confundiram você com um Deus Inca.
Deus – e em agradecimento ao título matou todo mundo, grande homem não?
Fernando Cortez – Deus só matei aquele seres vagabundos, que não honram o nosso povo.
Deus – Como assim, que povo?
Fernando Cortez – a nossa raça branca superior.
Deus – Meu Eu, então você os matou por que era superior.
Fernando Cortez – Sim.
Demônio – Espere um pouco e por que logo você, branco superior, se amancebou com uma “inferior”?
Fernando Cortez – Simples, hmmm...Espere ai, é...
Morte – É está vendo Malinche pelo que traíste todo seu povo.
La Malinche – Mas morte, Deus, Demônio, eu fiz isso por que estava louco de amor por ele, ele me enfeitiçou, não queria trair meu povo, mas ele me obrigou.
Fernando Cortez – Obriguei nada, você veio por que quis, não resistiu ao meu charme espanhol, mas Deus, você ( vira para o Demônio), devo ter feito, não sei, outra coisa, torcer pelo Flamengo, para merecer ter ido para inferno.
Deus Por favor, Cortez, flamenguistas vão para o céu, é o meio mais doloroso de chegar a ele.
Fernando Cortez – Então o que eu fiz, fui condenado pelas mortes daqueles índios, não acredito.
Demônio – Nem eu, no que estou ouvindo, pessoinha, ser vil, você matara vários índios, sua mão está cheia de sangue, e você, Malinche.
La Malinche – Eu não fiz nada
Demônio – Não fez? Somente traiu seu povo, vocês saiam daqui. Desculpe, Deus por perder a paciência.

-os dois saem de cabeça baixa-

Deus – Não se preocupe, o que disse é certo, estes conquistadores além de criminosos são soberbos.
Morte – Bem agora quem vem?
Jaime – hmmm , Bartolomeu de las Casas que cumpre pena no purgatório e vai fica por lá, até o fim dessa temporada e Rainha Isabel de Castella que cumpre pena, essa no inferno, e vai fica lá até o Corinthias ser campeão da Libertadores (risada).

-entra Bartolomeu de lãs Casas e Rainha Isabel-

Anjos – Bartolomeu de las Casas obrigado pelo feito, tentou pelo menos proteger-nos.
Demônio – Aí está, tentou, mas não conseguiu.
Bartolomeu de las Casas – Deus por que fui condenado, tentei com meus escritos salvar os índios.
Demônio – Aí que esta a questão tentou com seus escritos, de boas intenções o inferno esta cheio, filho.
Bartolomeu de las Casas – Senhor, como deixa ele falar assim
Deus – Acalme filho, mais algum tempo você estará junto comigo no Paraíso, mas me conte por que você resolveu defender os índios.
Bartolomeu de las Casas – Deus, eu no começo, quando viajei para a América, fui com a mesma doença que impregnou toda Europa depois da descoberta das terras além mar, a cobiça, mas chegando lá, vi o quão era triste a realidade dos índios, o quão nossa descoberta desgraçou aquela cultura, depois disso, escrevi sobre o dia a dia da conquista.
Morte – Sim, meu Deus tenho aqui um trecho do que escrevera olhe, ou melhor, ouça (declama um parágrafo)
Deus – Bem las Casas fique aqui e depois vamos direto ao Paraíso.
Bartolomeu de las Casas – Obrigado senhor.
Rainha Isabel de Castella – Que ótimo, se Bartolomeu vai para o Paraíso, eu que sempre dediquei minha vida ao senhor estarei lá também.
Demônio – Espere um pouco minha querida rainha, não se esquecesse de um detalhe, Bartolomeu defendeu os índios e você o que fez?
Rainha Isabel de Castella – Eu, eu fiz muito mais do que isto, levei aqueles índios a verdadeira fé.
Morte – Que lindo, rainha, mentistes e muito mal, tudo o que fizera foi por ouro, ganância e ouro, pouco se importou com os índios.
Rainha Isabel de Castella – Senhor juro que falo a verdade.
Deus – Rainha, não adianta chorar, sei tudo, nunca me enganastes, sei do que fez. E estás aqui não para ir para o Paraíso, mas sim para entendermos o porquê de tudo isso. E pelo visto você como a maioria dos que estiveram aqui estão corrompidos pelo egoísmo. Um mal que assola esse Mundo.
Demônio – Isto agora rainha, por favor, vossa mediocridade, desapareça!

-a rainha saí chorando-

Jaime – Bem agora esta na hora daqueles que fizeram, ou pelo menos “tentaram” deixar seu país livre, por favor chamo aqui condenados a ficar alguma temporadas no purgatório: Francisco Miranda, Simon Bolívar e San Mártir que fizeram a independência da América Latina e D. Pedro I que fez a independência do Brasil e a Marquesa de Santos sua amante e companheira, esses dois condenados a “bla bla bla” no inferno.

-entra todos, e a marquesa vem chamando a atenção de D. Pedro –

Marquesa de Santos – Aqui seu baixinho fiquei sabendo hein, que o senhor anda de paquera com algumas diabinhas no inferno (tapa nele).
.D. Pedro I – ai, ai, é mentira, é intriga da oposição.
Marquesa de Santos – Sei. E o porquê o senhor me chamou aqui?
Demônio – Calma, nossa, e com uma mulher dessa condenaram D. Pedro I ao inferno, vou ver isso com meus empregados.
Marquesa de Santos – O que você falou.
Deus – Vamos parar com isso, vocês, homens da independência como foi ela?
Simon Bolívar – Bem falhamos na primeira tentativa, mas não desistimos.
San Mártir – É, tentamos de novo, e depois de varias guerras civis.
Francisco Miranda – E com a ajuda do Povo, conseguimos finalmente deixar a América livre.
Morte – Por favor, sem exageros, o que conseguiram foi trocar de senhor, sai à Espanha entra a Inglaterra.
Demônio – É mesmo, mas pelo menos vocês tiveram apoio das massas.
Morte – Mas como foi?

-os Anjos entram em transe-

Anjos – Vamos lutaremos pela nossa liberdade, matem todos corregedores, peguem todos que estão do lado da Espanha, destrua-os!!!!
Morte – E como foi a participação popular no Brasil.
Anjos – Ahm? ...
Deus – É a participação popular na independência brasileira foi praticamente nula. Como você explica isso, D. Pedro?
D. Pedro I – Simples, não queria ver o sangue do meu povo derramado, por isso arrisquei-me todo proclamando a independência sozinho, assumindo todos os riscos.
Simon Bolívar – Riscos? O Brasil foi o único país da América que depois de independência se tornou monarquia absoluta, grande poder moderador.
Marquesa de Santos – Fique quieto Simon Bolívar, você não entende como foi difícil à independência do Brasil, o quanto sofremos.
Simon Bolívar –Fique quieta você, amante de D. Pedro.
Marquesa de Santos – hrhrhr ( vai em cima dele).
Demônio – Parem com essa briga. Vamos ao que interessa, então vocês tiveram uma independência com participação da população em geral.
San Mártir Sim é claro, totalmente democrática.
Demônio – Por favor, sem exageros, pois quando finalmente vocês assumem o poder esse alvoroço popular acaba, por que, vocês podem me explicar?
Francisco Miranda – O povo ainda não estava preparado.

Deus – E vocês sim.
Simon Bolívar – É claro.
D. Pedro I, Marquesa de Santos – Viu no final as duas independências deram no mesmo, o `povão` na América nunca ficou com nada.
Morte – Mas pelo menos eles não pagaram pela independência
Demônio – É Morte você esta coberta de razão, o Brasil foi único país no Mundo a pagar para ser reconhecido como independente que vergonha.
Deus – Por favor retirem-se daqui.

-todos saem reclamando-

Demônio – Vamos para a última convidada da peça.
Jaime – Corsária Sr. Margareth, condenada a ficar você já sabem, eternamente.

-entra a Corsária-

Morte – Por que ela esta aqui?
Deus – Ela representa o país que mais ganhou com descoberta da América.
Demônio – É, a Inglaterra
Deus – Bem, Margareth o que você fazia?
Corsária – Meu Deus ia ao Brasil para trazer para aquele povo, os grandes avanços da civilização. Enfrentava aquele Mar tenebroso só para fazer o bem.
Demônio – Sim, eu sou santo. Deixe de ser mentirosa, vinha aqui para vender, contrabandear no Brasil e se tivesse sorte roubar um navio cheio de ouro.
Corsária – Não, juro que tive a melhor das intenções Deus.
Deus – Sim, já acho incrível existir um corsário do sexo feminino, mas agora vir ao Brasil com as mais boa das intenções, é pedir de mais, não é?
Corsária – É isso que se ganha quando se presta serviço ao Mundo, sem pedir nada em troca.
Morte – É sem pedir nada em troca, somente ouro, ouro e ouro.
Deus – É mesmo com contrabando e principalmente com os tratados unilaterais criados, foram os ingleses que mais lucraram com a exploração da América.
Corsária – Mas.
Demônio – Mas nada, vá embora e espere-me como o resto dos habitantes das profundezas infernais.

-sai a corsária-

Morte – Pelo visto essa reunião serviu somente para levar Las Casas para o Paraíso.
Anjos – Não, deu para ver o tamanho do problema em que a América se encontra.
Deus – É pelo visto a solução é amarga, requer uma mudança total na postura das próximas gerações.
Morte – É mesmo, pior que a ação dos maus é a omissão dos bons.
Jaime – Tem que haver seriedade e comprometimento dessa geração e das outras que hão de vir
Demônio – É senão, vou encontrá-las todas, vocês sabem aonde...

-Fim-

quarta-feira, 6 de abril de 2011

1. Que horas marcará um relógio na cidade de Rio Branco, quando em Brasília e Londres forem, respectivamente, 11 e 13 horas?

a) 11 horas
b) 10 horas
c) 9 horas
d) 11 horas e 30 min
e) 10 horas e 30 min

2. (PUCRS 2003) Responder à questão com base no quadro adiante, que representa uma rede de coordenadas de uma área do globo terrestre.



Tendo como base a organização dos fusos horários legais, as cidades 1 e 4 têm como diferença horária

a) 3 horas e 30 minutos.
b) 3 horas.
c) 2 horas.
d) 1 hora e 30 minutos.
e) 1 hora.

3. O conhecimento dos fusos horários, da localização e orientação de diferentes lugares do mundo tem adquirido cada vez maior importância numa economia globalizada. Para a realização de negócios, no mercado financeiro mundial, por exemplo, essas noções são fundamentais. Observe a tabela e o mapa a seguir.



Considere que a abertura das bolsas de valores ocorre às 9h (hora local).

Com base nas informações anteriores e em seus conhecimentos, é correto afirmar que, a partir de Porto Alegre, a seqüência verificada para a abertura das bolsas será, respectivamente,

a) Londres, Pequim, Tóquio e Nova York, e que a cidade de Porto Alegre terá seu horário sempre atrasado em relação a Londres.
b) Nova York, Tóquio, Pequim e Londres, e que as cidades de Nova York e Porto Alegre estão no mesmo hemisfério, o Ocidental.
c) Nova York, Londres, Pequim e Tóquio, e que Porto Alegre, das cidades citadas, é a única localizada no Hemisfério Sul.
d) Nova York, Tóquio, Pequim e Londres, e aria de 0° a 90° para leste do Meridiano Inicial, o que justifica suas longitudes possuírem a indicação E.
e) Nova York, Londres, Pequim e Tóquio e que Londres está no Hemisfério Setentrional, que varia de 0° a 180° para norte, a partir do Equador.

4. (UERJ 2004) Com a morte do imperador do Japão à 1 hora e 25 minutos do dia 25 de dezembro de 1926, um fato bastante curioso aconteceu. No dia 24 de dezembro, a embaixada daquele país, no Rio de Janeiro, decretava o luto pela morte do soberano, e os jornais brasileiros anunciavam: "Faleceu hoje o imperador do Japão".
A confusão provocada, no Brasil, com o anúncio da morte do imperador do Japão, naquele ano, pode ser esclarecida pela seguinte explicação geográfica:

a) utilização do Fuso Horário Civil em trechos do território brasileiro
b) posição do Brasil a leste da Linha Internacional de Mudança de Data
c) adoção diferenciada do Horário Universal de Greenwich em cada país
d) localização do Brasil a oeste do limite aceito como Horário Fracionado.

5. (UFRS 2000) Na última etapa de uma competição aeronáutica internacional, uma equipe formada pelos aviões A e B tem a seguinte tarefa para realizar: o avião A deverá sair às 13 horas (hora local) da cidade de Vila dos Remédios (Fernando de Noronha-PE), com destino à cidade de Manaus-AM; o avião B somente poderá sair da cidade de Vila dos Remédios após a chegada do avião A em Manaus. Para realizar esta tarefa, os pilotos receberam as seguintes informações técnicas: a cidade de Vila dos Remédios está localizada no 1° fuso horário do Brasil, a cidade de Manaus está localizada no 3° fuso horário do Brasil e o tempo de vôo entre as duas cidades tem a duração de 8 horas.

Com base no exposto acima, assinale a alternativa que contém, respectivamente, o horário da chegada do avião A em Manaus e o horário da saída do avião B de Vila dos Remédios.

a) 15h e 17h
b) 19h e 21h
c) 21h e 19h
d) 21h e 22h
e) 21h e 23h

6. (UFPR 2002) Se na efetivação de uma ligação telefônica entre duas cidades brasileiras, aqui denominadas A e B, forem 21 horas na cidade A e 23 horas na cidade B no dia 20 de novembro de 2001, é correto afirmar:

(01) As duas cidades têm um afastamento de, no máximo, 10 graus de longitude.
(02) As duas cidades estão necessariamente na mesma latitude.
(04) O fuso horário que passa pela cidade A tem valor menor que o que passa pela cidade B.
(08) A cidade A é, obrigatoriamente, litorânea e está localizada junto ao Oceano Atlântico.
(16) A diferença horária entre as duas cidades deve-se ao horário de verão; portanto, quando o horário de verão for suspenso, os horários nas duas cidades coincidirão.
(32) As duas cidades têm as mesmas coordenadas geográficas.
(64) A diferença de altitude entre as duas cidades é o fator determinante da diferença horária existente entre as mesmas.

Soma ( )

7. (UEL 2006) Considere que um avião supersônico sai da cidade de Tóquio a 1 h da manhã de um domingo com direção à cidade de Manaus - AM. A duração do vôo é de nove horas e a diferença de fuso horário de uma cidade a outra é de onze horas. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o horário e o dia da semana da chegada desse avião na cidade de Manaus.

a) 22 h do sábado.
b) 23 h do sábado.
c) 01 h do domingo.
d) 10 h do domingo.
e) 12 h do domingo.

8. (UEG 2005) Um avião decolou do aeroporto da cidade A (45°W) às 7 horas com destino à cidade B (120°W). O vôo tem duração de oito horas. Que horas serão na cidade B quando o avião pousar?

a) 11h
b) 10 h
c) 9 h
d) 8 h
e) 2 h

9. (UFRN 2005) Um grupo de pesquisadores partiu de Brasília às 08 horas, rumo à cidade de São Francisco, nos Estados Unidos. Sabendo-se que a diferença entre as duas cidades é de 05 fusos horários e que o vôo durou 08 horas, os pesquisadores chegaram a São Francisco às:

a) 23 horas.
b) 16 horas.
c) 13 horas.
d) 11 horas.

10. (PUCRS 2004) Duas cidades, A e B, possuem uma diferença horária de uma hora, entre elas. Considerando que pela cidade A passa o Meridiano de Greenwich, é correto supor que as cidades A e B são, respectivamente,

a) Los Angeles e Nova York.
b) Londres e Paris.
c) Roma e Istambul.
d) Dakar e Nairobi.
e) San Diego e Tegucigalpa.

11. (UNESP 2003) Que horas devem marcar os relógios em Nova York, que fica no quinto fuso a oeste de Greenwich, quando em São Paulo, que fica no terceiro fuso, também a oeste, são doze horas, no horário de verão?

a) Duas horas.
b) Nove horas.
c) Treze horas.
d) Quinze horas.
e) Dezenove horas.

12. (PUCRS 2003) Se os relógios dos habitantes de uma cidade localizada a 26° Oeste de Greenwich estiverem marcando 13 horas, que hora solar ou verdadeira será?

a) 13 horas.
b) 13 horas e 16 minutos.
c) 12 horas.
d) 12 horas e 4 minutos.
e) 12 horas e 44 minutos.

13. (PUCCAMP 2005)



"Trabalhando com mapas". v. 1. São Paulo: Ática, 1998. p.21)

Os fusos horários são fundamentais para se determinar as horas em vários pontos do Planeta. Considerando que são 13 horas em Londres, os horários em Hong Kong e Nova Iorque são, respectivamente,

a) 5 horas e 18 horas.
b) 7 horas e 19 horas.
c) 20 horas e 7 horas.
d) 21 horas e 8 horas.
e) 23 horas e 10 horas.

14. (UFRN 2003) Os jogos da última Copa do Mundo, realizados na Coréia do Sul e no Japão, foram transmitidos no Brasil com uma diferença de 12 horas, devido ao fuso horário.


"Trabalhando com Mapas - Introdução à Geografia". São Paulo: Ática, 1997, p. 21.

O jogo entre o Brasil e a Turquia, realizado no dia 03 de junho de 2002, teve início às 06 horas (horário de Brasília).
Com base no mapa de fusos horários, podemos afirmar que o referido jogo foi visto, respectivamente, por egípcios no Cairo, indianos em Bombaim e americanos em Los Angeles, às

a) 13 horas / 02 horas / 23 horas.
b) 23 horas / 13 horas / 02 horas.
c) 14 horas / 11 horas / 01 hora.
d) 11 horas / 14 horas / 01 hora.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

-5°- Os pecados do Haiti - Eduardo Galeano

Os pecados do Haiti

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental. Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. O artigo é de Eduardo Galeano.

Eduardo Galeano
Data: 19/01/2010

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca idéia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto
Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito com um voto sequer.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:

– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico
Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:

– Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.

Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista
Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das Leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável
Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos tinham conquistado antes a sua independência, mas meio milhão de escravos trabalhavam nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém comprava do Haiti, ninguém vendia, ninguém reconhecia a nova nação.

O delito da dignidade
Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar conseguiu reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma idéia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pênis. A essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perda por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.

Artigo tirado do site:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16342

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A transposição do Rio São Franscisco

-6°- A transposição do Rio São Franscisco

"Esses textos resumem algumas questões pertinentes a transposição do Rio São Francisco, é necessário frisar que eles não são a última palavra nesse assunto e talvez nem os melhores, porém não deixa de ser interessante sua leitura e os possíveis questionamentos que frutificarão depois dela."

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO:
AGRESSÃO AO POVO BRASILEIRO
Ruy Bruno Bacelar de Oliveira
engeo@engeo.com.br

TV GLOBO E GOVERNO LULA
A grande vedete da TV Globo e do governo Lula é o agrobussiness. Rios inteiros foram contaminados
com agrotóxicos, inúmeras nascentes desapareceram como no oeste bahiano e em nome de um pseudo
progresso estão destruindo os cerrados para o plantio da soja e do eucalipto.
Derrubaram as matas de Correntina e Santa Maria da Vitória . Estão derrubando as de Barreiras e todo o
oeste da Bahia está indo embora numa das maiores catástrofes ecológicas dos últimos anos.
Quem vai assumir a responsabilidade desta tragédia? O governo Lula ou o governo da Bahia? É verdade
que o superávit primário está cada dia maior. Porem a pobreza do povo aumentou e os rios e florestas
estão morrendo.
Agora preparam a transposição do Rio São Francisco.
O BRASIL FRACASSOU NO NORDESTE
O Nordeste brasileiro é uma das regiões com um dos piores IDHS (Índice de Desenvolvimento Humano).
Bilhões de dólares já foram investidos lá e resultaram em nada. A SUDENE fracassou, o DNOCS
também. A CODEVASF idem e outros órgãos e projetos do governo
Uns poucos empresários, políticos e famílias poderosas detém o poder e montaram a famosa indústria da
seca que ninguém consegue desmontar. Dominam a prefeitura, os carros pipas, as cestas básicas e o
auxílio que o governo manda cada ano de seca e se perpetuam no poder por séculos.
A transposição do Rio São Francisco vai aumentar o poder desta máfia.
Além do problema político existe o problema ecológico.
É fácil a transposição de um rio?
TRANSPOSIÇÃO NÃO É SÓ UM PROBLEMA DE ENGENHARIA
Transpor um rio não é somente um problema de engenharia. Não significa tirar água de um lugar e
colocar em outro. Transpor um rio é um problema ecológico de grandes proporções.
Um rio é mais do que água deslocando-se através de uma vala no solo.
Um rio é um ecossistema de natureza bem complexa, formando um conjunto orgânico que tem vida e
onde o todo é mais do que a simples soma das partes. Existe também um relacionamento físico, biológico,
químico, geológico, hidrogeológico e ecológico em todo o espaço situado entre as nascentes até a foz ou
desemboca- dura do rio convivendo em um equilíbrio que só a natureza sabe fazer.
Qualquer que seja o processo de mudança desencadeado no rio, um conjunto de variáveis será afetado,
isto significa dizer que todas as suas partes serão afetadas.
Mas o governo não pensa assim e diz que vai fazer a transposição do São Francisco para salvar o
Nordeste.
SÃO FRANCISCO, UM RIO MORIBUNDO
POLUIÇÃO:
Em uma das muitas viagens que fiz ao São Francisco pude observar que o rio apresenta um intenso
desmatamento nas margens, desmoronamento dos barrancos e poluição.
As fontes poluidoras do Rio São Francisco são as mais diversas: dejetos industriais, rejeitos minerais,
esgotos e lixos das cidades.
A maior parte dos afluentes do rio foram transformados em esgotos. Mais de 470 municípios englobando
vários estados lançam seus esgotos no São Francisco. Os esgotos da cidade de Belo Horizonte, com seus
três milhões de habitantes são lançados no Rio São Francisco. Os rejeitos minerários provenientes de seus
afluentes, carregam as águas do rio com metais pesados. Toneladas de agrotóxicos alimentam o rio e
adoecem o povo que vive em suas proximidades.
ASSOREAMENTO:
O rio está ficando mais assoreado e portanto mais raso. Dezoito milhões de toneladas de solo por ano, que
corresponde a uma área de 10 mil hectares estão sendo arrastados para dentro da bacia hidrográfica
anualmente.
As produções de carvão para a indústria siderúrgica e a implantação de monocultura do eucalipto estão
dizimando os cerrados e secando os afluentes alimentadores do São Francisco.
A redução da vazão do rio de 3 mil e 150 metros cúbicos por segundo para menos de 2000 metros cúbicos
por segundo é conseqüência dos impactos ambientais provocados principalmente pelas barragens
construídas ao longo de sua extensão, que deram origem a uma cunha salina a partir da foz que avança rio
a dentro.
A NASA prever a morte do Rio São Francisco para um futuro próximo.
Levando em conta os fatores citados este desaparecimento poderá ocorrer em 20 a 30 anos ou menos se
for feita a transposição.
A revitalização defendida por setores do governo e posteriormente a transposição não funcionam porque é
um processo lento, devendo custar aos cofres públicos bilhões de dólares em um tempo longo e de
resultados duvidosos.
O governo Lula deseja fazer a transposição muito mais por medidas eleitoreiras do que resolver o
problema da seca.
NO PASSADO TRANSPOSIÇÃO E PROJETOS DE IRRIGAÇÃO NÃO DERAM CERTO
Muitos afluentes menores do Rio São Francisco já morreram.
No Norte de Minas e na Bahia tive oportunidade de observar três de seus afluentes que já morreram ou
estão morrendo por causa da transposição ou descontrole na captação de água para irrigação: os rios
Verde Grande e Gorutuba e o Rio Salitre em Juazeiro na Bahia.
Em âmbito internacional o caso mais assustador é o do Lago (ou Mar) de Aral, na Ásia Central, um corpo
de água doce do tamanho do estado do Ceará. O que aconteceu? Os dois principais rios que o abasteciam
foram desviados para projetos de irrigação por volta do ano de 1960. Com o tempo sua superfície foi
reduzindo. Suas águas tornaram-se salgadas e todas as espécies de peixes desapareceram. Hoje as fotos
mostram navios encalhados em cima de estratos de sal. O Mar de Aral é o maior deserto salgado do
planeta.
Um projeto que fracassou foi o Jaíba da CODESVAF, no Norte de Minas. Mais de 50 % dos solos
irrigados estão em processo acentuado de salinização e a água é cara.
Recentemente o Mar Morto esta se encurtando podendo secar em alguns anos. O motivo é simplesmente a
retirada de água para dessalinização e posteriormente irrigação pelo estado de Israel.
Todos os exemplos que citamos mostram um amplo elenco de efeitos malignos, que não poderão ser
solucionados a curto prazo e a remédio necessita de bilhões de dólares.
E o governo diz que precisa fazer a transposição do Rio São Francisco porque falta água no Nordeste.
ESTADOS NORDESTINOS TÊM ÁGUA EM ABUNDÂNCIA
Em primeiro lugar o estado do Ceará, que necessita de um consumo anual de 54 metros cúbicos. A oferta
é de 215 metros cúbicos. Portanto sobra água.
Em segundo lugar o estado do Rio Grande do Norte dispõe de uma vazão garantida de 70 metros cúbicos
para atender uma demanda de 33 metros cúbicos.
O estado da Paraíba, que é o menos dotado de recursos hídricos, apresenta-se com uma disponibilidade de
32 metros cúbicos para uma demanda de 21 metros cúbicos.
Estão sendo construídas milhares de cisternas e o potencial subterrâneo é fantástico desde que a água seja
dessalinizada.
Não existe portanto déficit hídrico global no Nordeste Setentrional, que justifique o desvio do Rio São
Francisco.
QUEM VAI SE BENEFICIAR DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO?
Grandes empreiteiras de engenharia, exportadores de frutas, pecuaristas, banqueiros e multinacionais da
venda de água e equipamentos de irrigação, adubos e agrotóxicos serão os principais beneficiários deste
projeto megalomaníaco.
Alguns políticos com amigos e terras nas proximidades das estações receptoras também serão
beneficiados.
O desvio de dinheiro e o super faturamento também podem ser aventado desde que vivemos no país da
corrupção.
No exterior BIRD, Banco Mundial, FMI e outros têm interesse no bolo para receber os juros de mais de
20 ou 40 bilhões de dólares que deverão ser emprestados.
E o governo Lula quer desviar o Rio São Francisco para salvar o Nordeste...
Isto é uma agressão ao povo brasileiro.

Transposição do rio São Francisco: um erro imperdoável.
artigo de João Suassuna


transposição do rio São Francisco

Muitos têm-nos perguntado por que somos contrários ao projeto da transposição do rio São Francisco, existindo, no país, exemplos de transposições que deram certo, como aquela realizada no rio Paraíba do Sul, para o abastecimento da cidade do Rio de Janeiro. A resposta a esse tipo de questionamento já foi dada por Alberto Daker, eminente professor catedrático de Hidráulica Agrícola (aposentado), da Universidade de Viçosa (MG), autor de uma obra de significativa importância nessa área, a qual é sugerida como roteiro de estudos por diversas universidades de ensino agrícola espalhadas pelo país. Segundo Daker, existem três condições básicas que justificam a transposição de águas de um rio: existirem uma bacia com muita água sobrando e terras e relevo que não sirvam para irrigação; outra bacia com terras irrigáveis, mas com carência de água e uma relação custo-benefício viável para a realização da obra. Para o caso do abastecimento do Rio de Janeiro, essas alternativas se enquadraram perfeitamente na transposição ali realizada. Já para a transposição do São Francisco, as três não se enquadram, tendo em vista haver demanda por água nas terras cultiváveis próximas ao rio; existir água na região das bacias receptoras, faltando apenas o estabelecimento de uma política eficiente para a sua distribuição e posterior consumo das populações e, por último, faltar sustentação energética e financeira para a execução da obra. Como técnico usuário da obra de Daker, estamos montados nesse tripé há décadas, analisando o projeto da transposição, tendo isso resultado na realização de um expressivo acervo de artigos sobre o tema.

Por outro lado, no cenário político nacional, entendemos que as autoridades têm plena convicção do real significado dessas condições para o processo transpositório, tão bem explicitadas por Daker em sua obra, o que tem sido demonstrado por elas nas campanhas políticas regionais, com o propósito de se conhecer a realidade da região para elaboração das propostas de desenvolvimento. Porém, na nossa ótica, iniciado o projeto da transposição, o presidente Lula, apesar de nordestino e conhecedor desses condicionamentos, tem dado provas de ter-se dobrado às vontades políticas de sua base aliada, notadamente à do Ceará, estado que possui a metade das águas de superfície do Nordeste (cerca de 18 bilhões de m³, distribuídos em mais de duas centenas de açudes), conforme consta no Portal da Secretaria de Recursos Hídricos daquele estado. É a prova inequívoca da pressão política voltada para os interesses do agro e do hidronegócio.

Nordestino também é Hypérides Macedo, ex-secretário de recursos hídricos do estado do Ceará, técnico de primeira linha e um dos responsáveis pelo trabalho bem sucedido que vem sendo desenvolvido naquele estado, de interligação de suas bacias hidrográficas visando o abastecimento das populações rurais, por intermédio da adução de águas das represas cearenses (aliás, essas ações embasaram as conclusões técnicas da reunião promovida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência-SBPC, no Recife, em 2004, a qual sugeriu a priorização do uso das águas interiores do Semiárido, para o abastecimento das populações). Já assistimos várias conferências de Macedo enfocando esse trabalho e sempre ficamos convencidos de que é possível abastecer as populações nordestinas, de forma mais simples e mais barata, utilizando-se o potencial hídrico local de cada estado. Ocorre que Macedo decidiu calar-se quando das discussões havidas sobre o projeto da transposição, preferindo ficar no anonimato. Pudera: caso se posicionasse a favor do projeto transpositório, poria em dúvida todo o esforço por ele realizado ao mostrar que é possível solucionar, de vez, os problemas hídricos do Semiárido nordestino contando com a adução de suas águas interiores. Uma vez realizada a transposição, as águas do Velho Chico iriam abastecer a maioria das represas utilizadas por ele na realização desse trabalho. Seria negar as suas próprias convicções. Macedo, calado, é atualmente secretário de Infra-Estrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional.

Mesmo diante de alternativas mais promissoras e de custos mais apropriados, a exemplo do Atlas Nordeste de Abastecimento Urbano, de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), e das propostas de convivência com o Semiárido, coordenadas pela Articulação do Semiárido-ASA Brasil, as autoridades, mesmo assim, iniciaram o projeto da transposição, com a construção dos dois canais de aproximação (nos municípios de Cabrobó e Floresta, em Pernambuco), contando, para isso, com a participação do Exército brasileiro. Este trabalho vem sendo considerado, atualmente, o mais importante no Plano de Aceleração do Crescimento do país (PAC), na área de recursos hídricos.

Visando a divulgação do andamento desse projeto no Semiárido, a Rede Globo Nordeste realizou uma matéria, a qual foi levada ao ar no dia 13 de dezembro de 2008, através do programa Nordeste: viver e preservar. Nela, tivemos a oportunidade de fazer um breve comentário denunciando o agravamento do processo de desertificação ora em curso na região de Cabrobó (PE), por onde irão passar os canais do projeto, e a existência de alternativas de abastecimento hídrico mais viáveis e de custos mais acessíveis, quando comparados àqueles existentes na transposição do São Francisco. No Nordeste, os técnicos ambientalistas já identificaram, quatro núcleos de desertificação (em Irauçuba, no Ceará, na região do Seridó, no Rio Grande do Norte, em Gilbués, no Piauí e em Cabrobó, em Pernambuco), o que vem comprovar o equívoco de graves proporções que está sendo cometido pelo Exército brasileiro na abertura dos canais de aproximação naquela região. Na nossa avaliação o que estão fazendo lá é, apenas e tão somente, o agravamento de um processo de desertificação que se encontra em curso. Na matéria, ficaram muito claros, os abusos causados ao meio ambiente daquela localidade, com montanhas de lenha estocadas e apodrecendo com as intempéries, oriundas de um Bioma que já se encontra em estágio avançado de degradação. Outro aspecto relevante na matéria tratou da participação da Universidade Federal do Vale do São Francisco na sua tentativa de justificar a importância do projeto para o desenvolvimento da região. Segundo foi revelado por um de seus representantes, o conhecimento do Bioma da caatinga, principalmente da biodiversidade da fauna e da flora existentes, justificaria a presença da Universidade naquele local, como entidade responsável pela diminuição dos impactos causados pela obra naquele ambiente seco. Ora, da forma como o assunto foi tratado, parece-nos claramente que o carro está literalmente na frente dos bois. Na nossa ótica, em projetos dessa magnitude, a caatinga deveria ser conhecida em sua plenitude, antes mesmo do início do acionamento das motosserras, sob pena de não haver tempo hábil de se conhecer a biodiversidade do Bioma em questão. O fato é que a caatinga nordestina está virando cinza antes mesmo das tentativas de se conhecê-la. Diante das agressões realizadas, entendemos que está se cometendo um erro imperdoável, de proporções incomensuráveis, e que precisa ser interrompido a todo custo, em benefício da vida no Semiárido. Alternativas existem e podem ser postas em prática, a fim de se minimizarem os estragos já causados pelo projeto na região. A adução de água (uso de tubulações no seu transporte) é uma delas, a qual poderá ser feita com os tubos partindo dos reservatórios que estão sendo construídos no terminal de cada um dos canais de aproximação. Essa operação deverá visar única e exclusivamente o abastecimento humano e dessedentação animal, conforme recomendado no Plano Decenal de uso das águas do São Francisco. Uma vez concretizadas, essas sugestões têm o aval de toda comunidade científica nacional e também satisfazem os reclamos dos movimentos sociais que se têm empenhado na promoção do desenvolvimento de um Nordeste mais justo e solidário.

Recife, 09 de fevereiro de 2009.

João Suassuna – Engº Agrônomo e Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, colaborador e articulista do Ecodebate.

Para melhor aprofudamento no assunto:
http://www.fundaj.gov.br/docs/tropico/desat/fran.html
Transposição de rios:
http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=23537&action=reportagem
Uma Transposição que não deu certo:
http://resistir.info/asia/mar_de_aral.html